16 junho 2011

Ler +


  Sinceramente, não sei pronunciar-me sobre o Programa Ler +. É fácil louvar os objectivos de fundo, mas também é fácil criticar falhas na concepção ou na metodologia da iniciativa.

O que me parece de enfatizar é a necessidade de pais, educadores e professores porem as crianças (e os adolescentes) a ler textos de qualidade (dentro ou fora do programa), para que vejam nos livros lugares únicos de refúgio e lazer, companheiros de viagens enriquecedoras e inesquecíveis, amigos silenciosos insubstituíveis, que os ajudam a encontrar respostas e soluções para os problemas e desafios do quotidiano, mestres brandos mas firmes, que lhes dão as melhores referências para o bom uso da língua.
E aqui faço um sublinhado: numa sociedade tecnológica como é a nossa, em que entre os estímulos essencialmente visuais abundam textos mal escritos, que são precisamente aqueles que mais se "consomem" (pois circulam livremente na net, sem crivos de qualidade, ou são as mensagens escritas pelos nossos amigos e familiares), as referências ortográficas e sintácticas dos jovens são predominantemente as piores. Como resultado, escrevem mal, não por não lerem (acho que nunca se leu tanto como se lê hoje), mas por não lerem textos de boa qualidade linguística. Por isso é tão importante pegar na mão das crianças e conduzi-las para esse mundo surpreendente que está dentro de cada livro, ler para elas de uma forma expressiva e contagiante, ajudá-las a encontrar os livros que mais lhes agradam, os géneros com os quais se identificam, os temas que mais as entusiasmam - sempre sob o lema da diversidade, que é fundamental para se achar o gosto próprio, e depois deixá-las nesse mundo, à sua vontade, sem horas de regresso. Porque, afinal de contas, os livros são um dos poucos lugares aonde as crianças ainda podem ir sozinhas sem perigo de serem maltratadas!

2 comentários :

Anónimo disse...

(enfatizar)

S. Leite disse...

Ups! Escrito à pressa, é o que dá. Obrigada, anónimo anjo da guarda!